Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, setembro 09, 2017

Recorde de arrecadação e metas audaciosas: Fla lidera ranking de sócio-torcedor no ano

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Flamengo e Cruzeiro enfrentam-se nesta quinta-feira (7), no Maracanã, às 21h45 (de Brasília), pelo primeiro jogo da final da Copa do Brasil. Embora o título da competição ainda vá começar a ser disputado, um fator extracampo surpreendeu os cariocas: todos os ingressos vendidos, de forma antecipada, foram comprados por sócios-torcedores, fato inédito na história do clube.

Em entrevista exclusiva ao Esporte Interativo, Daniel Orlean, VP de marketing do Flamengo, revelou que o feito não havia sido planejado pela diretoria rubro-negra.

"Acho que é uma surpresa o estádio ser ocupado só por sócio-torcedor, não é algo planejado e estimulado por nós. Mas, como o programa é baseado em prioridade e benefício para compra de ingresso, isso acabou naturalmente acontecendo. É uma final que para a gente é emblemática. É muito importante para essa gestão estar sempre chegando nas finais e brigando por título, isso mostra que a gente realmente está fazendo um trabalho sério, trabalho que envolve planejamento estratégico, governança, saneamento financeiro, mas o principal é conquistar título".

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Por outro lado, uma parte da torcida questiona o programa de sócio-torcedor porque, segundo eles, prioriza os rubro-negros de maior poder aquisitivo e deixa o público popular em segundo plano. Daniel explicou que o Flamengo pretende, futuramente, agradar a todos.

"O Flamengo não pode negar o passado e o presente dele. O Flamengo é o clube mais popular do mundo e a gente não pode esquecer essas pessoas. Tudo que o marketing faz hoje é para dar oportunidades para a maior quantidade de pessoas possíveis. Um plano popular precisa ser pensado de uma maneira que não enfraqueça o programa de sócio-torcedor e que ele dê oportunidade para quem realmente precisa dessa oportunidade. O Flamengo é líder em todas as classes sociais, você não é mais ou menos rubro-negro se você é rico ou você é pobre. O Flamengo vai disponibilizar dentro de um programa uma quantidade de ingressos para as classes populares". 


O "boom" no programa aconteceu no fim de 2016, quando o Flamengo voltou à Libertadores da América. O Flamengo disponibilizou ao Esporte Interativo o gráfico que ilustra esse crescimento. Veja a imagem abaixo.

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O desempenho dentro de campo tem interferência direta no aumento de assinantes no programa. Conquistar o título da Copa do Brasil e principalmente retornar à Libertadores em 2018 pode ser fundamental para manter essa curva de crescimento, como explicou Daniel Orlean.

"A gente é um clube de futebol, um clube multiesportivo, a gente quer ganhar tudo. A principal questão que defendemos é ser competitivo, e não em um ano. É ser competitivo daqui para frente. Então, quando falamos em sustentabilidade financeira, não é para ter dinheiro em caixa. É para poder investir em 2017, 18, 19, 20, 25, 2050, para poder fazer com que essa paixão seja perene", explicou Daniel.


O Flamengo, porém, não se preocupa apenas com números, mas também com a qualidade da entrega aos torcedores. Para isso, o programa é constituído através de ingressos, experiências exclusivas, como "matchday" - uma visita aos bastidores do jogo -, e rede de benefícios em supermercados e drogarias.

Bruno Dias, gerente do programa Nação Rubro-Negra, explicou, com detalhes, como é feito essa entrega aos torcedores.

"Conforme o sócio-torcedor mais se engaja com o programa, vai a jogos, participa de promoções, ele pontua, começa a acumular pontos e esses pontos podem ser trocados por experiências exclusivas. Entendemos que tem uma grande oportunidade de crescer essa base fora do Rio de Janeiro, devido à dimensão do Flamengo e o apelo por ser uma torcida nacional. Apelo de trazer empresas parceiras que atendam o Brasil inteiro é para cada vez mais conquistar novos sócios-torcedores fora do Rio de Janeiro. Hoje tenho cerca de 30% da base que é a causa, é amor, paixão, doação, ele ama o Flamengo e ele quer ajudar a ser mais forte. Ele não resgata nenhum tipo de benefício, é a causa Flamengo que faz ele ser sócio-torcedor".

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Dos pouco mais de 110 mil sócio-torcedores, cerca de 22% estão localizados fora do Rio de Janeiro. Mesmo assim, os rubro-negros que não moram no estado se fazem presente quando podem. Na final de logo mais, por exemplo, muitos desses flamenguistas estarão no Maracanã. 

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​Segundo levantamento do próprio Flamengo, todos os 27 estados do Brasil terão, pelo menos, um representante no Maracanã. Minas Gerais, por exemplo, terá 1.237 torcedores. Já Roraima será representado por apenas um rubro-negro in loco. Veja a imagem ao lado com os números exatos.








Daniel Orlean salientou que a tecnologia, nesses casos, ajuda na aquisição de sócio-torcedores fora da cidade que o Flamengo tem sede. 

"Toda a tecnologia que a gente implantou ao longo dos últimos anos de compra online, cartão ingresso, pontos para troca de ingresso, tudo isso foi pensado no Flamengo como clube nacional, que tem 1/3 dos seus torcedores fora do Rio de Janeiro. Isso facilita com que pessoas de outros estados possam ter segurança na hora de comprar ingresso, reservar uma passagem, um hotel".

O novo foco do Flamengo no programa de sócio-torcedor é o tratamento dado às mulheres, que pularam de cerca de 1% para 9,6% da base .
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Segundo Bruno Dias, a presença de mulheres não para de aumentar no programa. Até o ano passado, o público masculino era formado por 98%.

"O legal do programa Nação Rubro-Negra, que reparamos desde o fim do ano passado, é o crescimento da base feminina, de torcedoras. Era uma relação gritante, quase 98% da base era de ST homens e do ano passado para cá teve um crescimento de quase 10 vezes mais, saiu de 1% para 10% da nossa base. No dia da operação de jogo, a gente começa a perceber cada vez mais as mulheres fazendo parte daquela grande festa. Um crescimento que nem a gente sabe explicar, porque não rolou nenhum tipo de estímulo nesse sentido, promoção ou ação focada. Com esse dado, a gente começa a perceber que faz cada vez mais sentido olhar para o público feminino".
 
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Na temporada, o Flamengo lidera o ranking de sócio-torcedor anual com com 34.842, na frente de Atlético-MG (27.348), Botafogo (20.583), Chapecoense (17.379) e Grêmio (10.048), respectivamente. 
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No total, o Flamengo ocupa a sexta colocação, com 110.316, ficando atrás de Corinthians (124.571), Grêmio (123.103), Palmeiras (122.778), São Paulo (115.955) e Internacional (112.756), respectivamente. 

Embora o o cenário seja positivo, Daniel Orlean não fica iludido com o bom momento do programa. Segundo Orlean, a crescente no número de sócio-torcedor está apenas no começo. O VP de marketing rubro-negro acredita que o Flamengo tem condições de atingir 500 mil participantes no programa.
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* Os números foram atualizados no dia 06/09 e retirados do Histórico Futebol Melhor. 

"Eu acredito que 100 mil é pouco. Essa foi a meta para esse ano, mas acho que a gente consegue chegar a 200, 400, 500 mil participantes, que perto dos 40 milhões de rubro-negros é uma meta plausível, desde que as pessoas percebam o valor que o programa tem. Queremos entregar uma experiência cada vez melhor para nosso sócio-torcedor e por isso que o primeiro elo é ouvir o que o sócio-torcedor espera e como melhor atender ele. Depois a gente pensa em crescer e que essa base cresça de uma forma saudável. Porque eu posso ter "booms" de crescimento e depois não conseguir entregar o que o torcedor quer, vou ter uma Nação insatisfeita com o programa. A curva de aprendizado e crescimento é grande e árdua".

No quesito financeiro, os números são ainda mais relevantes. O Flamengo projeta bater 45 milhões de reais de arrecadação com sócio-torcedor na receita anual de 2017. Para o torcedor ter uma noção, o patrocinador master do clube, a Caixa Econômica Federal, rende R$ 30 milhões anuais aos cofres da equipe. Para alavancar ainda mais o programa, Daniel Orlean já tem o "caminho das pedras".

"A gente quer construir um programa que seja inquestionável do ponto de vista de retorno, para quem faz parte dele. Se hoje, o elemento principal é prioridade e desconto no ingresso, complementado por experiências e uma rede de desconto no Brasil, a gente quer que qualquer pessoa que faça parte do programa perceba o ganho também no bolso. A gente está construindo uma rede de descontos para o Brasil todo, na minha meta tem entre 5 mil para mais de estabelecimentos participantes. Então imagina que a pessoa vai num restaurante, num bar, no barbeiro, compra no supermercado, vai na academia, e daquele conjunto ele consegue muito mais de desconto do que ele paga no programa. Isso faz com que a gente crie um valor para quem participa, não só no Rio, no Brasil, mas para todo rubro-negro que participa do programa. Nossa meta daqui para frente é tornar o programa muito melhor do que ele é, inquestionável do ponto de vista de retorno, inquestionável para diferentes perfis de pessoa. A ideia é levar sim em consideração antiguidade, fidelidade, localidade das pessoas, para que a gente tenha sim um programa melhor, mais concreto".


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Benê Lima