Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, fevereiro 06, 2017

O que o futebol brasileiro pode aprender com o Super Bowl?

Brady levanta o troféu da conquista do Super Bowl

A decisão da NFL não é apenas esporte é puro entretenimento e o sonho de consumo de todas as marcas e produtos nos Estados Unidos
O evento mais rentável do mundo, o Super Bowl é um show a parte. Até quem não gosta do esporte se vê ligado na telinha pelo menos por alguns minutos para assistir algumas das inúmeras atrações que acontecem na final da NFL.

Não atoa a grande decisão é a maior audiência televisiva nos Estados Unidos oferecendo aos seus patrocinadores uma exposição quase impossível de dimensionar. O impacto disso vem no bolso de quem deseja ter sua marca exposta por 30 segundos durante os comerciais, é preciso desembolsar cerca de 4 milhões de dólares ou mais.

Além dos comerciais, existem as ativações, anúncios, ações ou shows durante o evento. O americano, diferente do brasileiro, entende o esporte de modo geral como parte do entretenimento, isso é o primeiro passo para ser o sucesso impressionante de mídia que é a final da NFL.

(Foto: Getty Images)

O Super Bowl é adaptado para ser o fenômeno que é, com quatro tempos de quinze minutos e várias intervenções a grande decisão é totalmente voltada para a exploração comercial, fazendo com que o patrocinador tenha mais de três horas de evento para se promover. Se você comparar com a final da Copa do Brasil, por exemplo, o tempo estipulado para isso é de apenas 15 minutos.

A forma como o Super Bowl e seus patrocinadores utilizam a internet é absurda. Mesmo quem está no estádio não larga o celular porque ali existem inúmeras opções atraentes para o consumidor. 

O salgadinho Doritos, famoso nos Estados Unidos, usa há mais de dez anos uma campanha nas redes para que pessoas produzam e enviem seus comerciais pelas redes sociais. O nome do quatro se chama ""Crash The Super Bowl" e a marca chega a oferecer té um milhão de dólares pelo anúncio. Ele é transmitido durante o intervalo da grande decisão.

(Foto: Getty Images)

Outra grande atação do Super Bowl é o show de uma estrela durante o intervalo. Com cerca de 12 a 14 minutos a agilidade para que tudo esteja perfeito na hora da apresentação e no momento de recomeçar a partida é de impressionar, sem contar o jogo de luzes e a pirotecnia usada. O show, inclusive, é um dos momentos mais esperados e atraí até mesmo aqueles que não gostam ou não fazem a menor ideia do que seja futebol americano.

A final, é um evento que se tornou uma ferramenta de lançamento, venda de marcas e produtos. Para se ter uma ideia, lá em 1984 a apple lançou seu primeiro computador através de um spot durante o intervalo do terceiro quarto do Super Bowl 18. Naquele momento foi anunciado o início de uma nova era. 

Para quem agora "adotou" o padrão FIFA, o futebol brasileiro precisa entender o esporte como entretenimento e uma ferramenta ainda mais poderosa para captar dinheiro. Quem sabe esse não seja o segredo para salvar o futebol brasileiro que está sofrendo com baixos públicos nos estádios e a falta de ideias atraentes para o mercado de marketing esportivo. 

MÁQUINA DO ESPORTE

US$ 5 milhões: por que o intervalo do Super Bowl vale tanto?

Apenas a alta audiência do evento não é suficiente para explicar valores tão altos 
No próximo domingo, a Fox transmitirá o Super Bowl para os Estados Unidos. Neste ano, o valor cobrado por 30 segundos de comercial no intervalo do evento teve um novo recorde e chegou a US$ 5 milhões. Esse é o valor mais caro para um anúncio na televisão em todo o mundo, e a altíssima audiência da transmissão não é suficiente para entende-lo.
Obviamente, o número de pessoas alcançadas tem um enorme peso nessa conta. Em 2016, 111,9 milhões de pessoas pararam para assistir ao Super Bowl nos Estados Unidos, o mais rico mercado do planeta. Em 2014, durante a apresentação musical de Katy Perry, a audiência chegou a 118,5 milhões, um recorde do evento americano.
Mas é o status de anúncio do Super Bowl que tornou essa propriedade tão valiosa nos últimos anos. Hoje, estar no intervalo do evento não é como estar em outro espaço qualquer da televisão; os comerciais se tornaram parte da atração. Parece exagero, mas não é.
Um levantamento divulgado na última semana pela NRF, a associação de varejo dos Estados Unidos, mostrou que apenas 43% da audiência do Super Bowl entende que a parte mais importante do jogo é o jogo em si. Para 24% dos americanos que param para assistir à partida, a parte mais significante da transmissão é o intervalo comercial. As propagandas ficaram na frente de “sair com amigos”, com 15% das respostas, e o show musical no meio do evento, com 12% das respostas.  
Com todo esse interesse, as empresas que apostam no Super Bowl recebem uma valorização acima do comum. Em outra pesquisa revelada nos últimos dias, a consultoria MGID tentou responder à pergunta: comercial no Super Bowl vale a pena? Com questionário que passou por 500 pessoas, a empresa tentou elucidar o mercado.
Segundo 39,6% dos entrevistados, um comercial no Super Bowl muda positivamente a percepção de uma marca. O levantamento também mostrou que 32,5% dos consumidores estariam mais dispostos a comprar um produto caso ela aparecesse nesse espaço publicitário. E 43,1% dos entrevistados afirmaram que gostariam de rever na internet os comerciais exibidos.
Por fim, segundo a Nielsen, hoje o Super Bowl consegue ter pluralidade de gênero em sua audiência. Em janeiro de 1967, na primeira transmissão do evento, apenas 34% dos telespectadores eram mulheres. Hoje, esse número está em 47%.
No Super Bowl deste ano, um dos anunciantes será a Honda, que apresentará a nova versão do veículo CR-V. Ao site Business Insider, a vice-presidente de marketing da empresa, Susie Rossick, respondeu se o intervalo do evento valia o investimento.
“É claro que tem sempre a sensação de que é algo que não vale a pena se envolver, mas nós ainda valorizamos isso como uma ótima plataforma de introduzir um veículo no mercado. São 110 milhões de pessoas e ninguém se afasta quando os comerciais são exibidos. Eles assistem e se envolvem”, afirmou a executiva.  
Os valores, claro, assustam. Para citar um único exemplo, a Anheuser-Busch usará quatro marcas durante o Super Bowl. Caso opte por apenas um comercial para cada, com um minuto cada um, serão US$ 40 milhões em compra de mídia para um único evento.
Em 2018, será a vez da NBC exibir o Super Bowl. E a emissora terá que se perguntar se o mercado aguenta mais um aumento de preço para o espaço publicitário. Por ora, parece que sim. 
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Benê Lima