Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, março 31, 2014

Gatorade lança garrafa que controla hidratação de jogador da seleção

Isotônico terá fórmula personalizada para cada jogador

Da Redação / Máquina do Esporte

A Gatorade lançou um programa que promete maximizar o efeito da bebida na nutrição dos jogadores da seleção brasileira. Após dois anos de pesquisa, a empresa anunciou uma garrafa que informa a necessidade de cada jogador do time nacional, o quanto ele já se hidratou e o quanto que ele ainda precisa. A fórmula do isotônico também será personalizada para a necessidade de cada atleta.

Para ter esse controle, cada jogador da seleção brasileira terá a sua própria garrafa. O objeto conterá um chip para mensurar o nível de hidratação do atleta. Os dados são enviados para a comissão técnica, que cruza com os dados sobre perda de suor de cada um. Esse processo permite fazer uma hidratação precisa dos jogadores.

Os testes, que começaram há dois anos, foram realizados nos Estados Unidos. Nesse período, todos os jogadores convocados para a seleção passaram por análise para identificar o quanto cada um perdia de água durante as atividades físicas.

As garrafas serão entregues aos jogadores na apresentação antes da Copa do Mundo, na Granja Comary. No local, a marca também apresentará o Fuel Bar, uma estação de hidratação com todos os produtos da Gatorade.

Em comunicado, o diretor de marketing da marca no Brasil, Tiago Pinto, comemorou o projeto: “Esse trabalho nunca foi feito antes na história mundial do esporte. A seleção brasileira é a primeira equipe a fazê-lo. É o começo de uma jornada que maximizará o desempenho de muitos atletas”.

Apesar do investimento, a Gatorade não poderá usar a sua marca durante a Copa do Mundo. O evento tem patrocínio da Coca-Cola, que usa a marca de isotônico Powerade na competição.

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O limiar desequilibrante e zonas de pressão no futebol

Entenda o instante em que a ação com a bola é definitiva: ou para que ela saia vantajosamente da pressão, ou para que seja perdida para o adversário

Rodrigo Azevedo Leitão / Universidade do Futebol

 

Em momentos de construção do jogo ofensivo e de transição ofensiva, muitas equipes no futebol mundial tornam-se especialistas em retirar a bola da zona de pressão.

Retirar a bola da zona de pressão pode ser especialmente útil para equipes que preferem a manutenção da posse da bola ao jogo de progressão.

Também pode ser especialmente útil para equipes que preferem encontrar corredores vazios pelo campo antes de se projetarem em direção do gol.

Independente porém das referências orientadoras principais que organizam coletivamente uma equipe, saber retirar a bola da zona de pressão pode ser um conteúdo a se desenvolver, com times e jogadores, muito importante, prático e eficiente – mesmo quando jogadores e equipes preferirem, dentro de seu Modelo, passes em progressão e busca aguda pela gol de ataque.

Claro, mesmo para uma sequência ofensiva que inicia no campo de defesa e com quatro passes chega até a grande área adversária (terminando em finalização ao gol), é necessário que os tais passes evitem, sempre que possível, colocar a bola em disputa ou dentro de setores de pressão espaço-temporal que sofram ação direta do adversário.

Saber controlar a bola coletivamente para retirá-la vantajosamente e de modo eficiente da zona de pressão, é parte de uma habilidade que envolve excelente percepção do ambiente, excelente leitura de jogo, excelentes tomadas de decisão, excelentes ações com bola e conjuntamente muita mobilidade por parte da equipe, afim de oferecer o maior número possível de apoios a portador da bola.

O FC Barcelona de Josep Guardiola talvez seja o melhor exemplo recente da maestria de se controlar a bola retirando-a várias vezes da zona de pressão, até encontrar situações claras de vantagem numérica para desfecho das jogadas.

O Bayer de Munique, também de Guardiola, vai no mesmo caminho – o que evidencia o fato de que isso é algo ensinável (e aprendível), que pode ser treinado e desenvolvido, ainda que os jogadores tenham inicialmente referências diferentes e automatismos também diferentes.

E para ensinar/treinar/desenvolver jogadores e equipes a retirarem a bola da zona de pressão com excelência, talvez seja necessário conhecer (ainda que intuitivamente) o conceito de “momento desequilibrante” (que também chamo de “limiar desequilibrante”) – (leia mais sobre o assunto no livro: “Desvendando o Jogo de Futebol: estrutura – modelos – inteligência – complexidade” de Rodrigo Azevedo Leitão [no prelo]).

A auto-organização coletiva dos jogadores dentro do campo de jogo é dinâmica e “instantaneamente circunstancial”.

O condicionamento para que todas as ações e ocupações de espaço se estabeleçam adequadamente é sistemicamente orientado por atratores e/ou por referências organizacionais do próprio sistema.

Se o objetivo é retirar a bola da zona de pressão e tal comportamento for condicionado, é de se esperar então que circunstancialmente os jogadores distribuam-se em campo para favorecer esse objetivo.

Ocorre que em situações de extremos e eficientes sistemas de pressing e pressão a urgência nas ações dos jogadores, com e sem bola por parte da equipe que a possui, é permanente, até que ela (a bola) não esteja sofrendo ações diretas e turbulentas por parte do adversário.

Existe um momento que precede aquele em que a jogada fica totalmente limpa e circunstancialmente vantajosa para a equipe que tenta retirar a bola da zona de pressão.

Quando esse momento é aproveitado temporalmente e a ação com bola dentro dele é realizada com extrema perícia, a bola não só sai da tumultuada zona de pressão, como estará em posição vantajosa para que uma boa sequência ofensiva seja iniciada.

Ele é um momento típico em todas as situações em que a bola entra em pressão, e se caracteriza não só pelo fato de que a bola possa sair dela!

A bola pode sair da pressão com passes de segurança e em seguida permitir ação direta do adversário sobre ela (momento desequilibrante não aproveitado).

A bola pode sair da zona de pressão em passes mais “fáceis” e não entrar em posição efetivamente vantajosa para a equipe que a possui (momento desequilibrante não aproveitado).

Então, o momento mencionado, o limiar desequilibrante, caracteriza-se por ser o instante em que a ação com a bola (o passe comumente, mas também o drible e/ou a condução da bola) é definitiva; ou para que a bola saia vantajosamente da pressão, desequilibrando circunstancialmente o sistema de marcação do adversário, ou para que ela (a bola) seja perdida para o adversário em uma condição extremamente vantajosa para ele (o adversário) – deixando totalmente desequilibrada a equipe que tinha a posse da bola.

Por isso é que trata-se de um momento desequilibrante; ou para a equipe que permite que a bola saia da zona de pressão, ou para equipe que perdeu a posse da bola tentando tirar a bola da região turbulenta.

Isso quer dizer também, que recuperar a bola no limiar desequilibrante pode oferecer mais vantagens organizacionais do que em outro momento. Da mesma maneira retirar a bola da zona de pressão no momento desequilibrante pode, e trará circunstancialmente maiores vantagens organizacionais.

Mas como identificar o “limiar desequilibrante”? E o identificando, como treinar “o” e “no” “limiar desequilibrante”?

Bom, aí deixemos para outra coluna... Por enquanto, o desafio é olhar para as zonas de pressão com esses óculos, o que será que vamos enxergar?

Até a próxima...

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domingo, março 16, 2014

Estádio da Copa em Brasília pode ficar R$ 500 milhões ainda mais caro

FELIPE COUTINHO

O investimento do governo do Distrito Federal no estádio Mané Garrincha pode passar de R$ 1,9 bilhão, cerca de R$ 500 milhões mais caro que o valor atual da obra, R$ 1,4 bilhão. Esse é o cálculo feito pela área técnica do Tribunal de Contas do DF.

O Mané Garrincha é o único estádio da Copa que não conta com financiamento federal ou privado. É totalmente bancado pelos cofres locais. Por isso, não é auditado pelo Tribunal de Contas da União, cabendo a tarefa ao tribunal do Distrito Federal.

Sergio Lima/Folhapress
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Visão externa do Estádio Nacional de Brasília, Mané Garrincha

A conta dos auditores inclui os contratos assinados, aditivos, licitações que ainda não foram finalizados e o custo das estruturas temporárias.

Para um mês de evento, deverão ser gastos cerca de R$ 34 milhões, de acordo com o tribunal.

Quando a obra foi iniciada, em 2010, o valor de R$ 700 milhões não incluía uma parte que depois se revelou milionária: a cobertura de R$ 241 milhões.

No ano passado, a cobertura causou constrangimentos ao governo local. A estrutura não resistiu à chuva, e os torcedores que assistiam a um torneio de futebol feminino tiveram de enfrentar goteiras.

Uma das licitações que estão por vir é a da comunicação visual do estádio, ao custo de R$ 6,1 milhões. Os auditores apontam sobrepreço de R$ 3,4 milhões.

A conta dos auditores inclui ainda uma licitação de quase R$ 300 milhões para a urbanização do entorno do estádio. 

Editoria de arte/Folhapress

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quinta-feira, março 13, 2014

Seminário discute o legado da Copa do Mundo para o nordeste

O seminário "O Futuro das Novas Arenas Multiuso no Nordeste" acontece no dia 1º de abril em Salvador e governantes e empresários para discutir o futuro das instalações
por Redação
 

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O legado da Copa do Mundo para o Nordeste é o tema do evento que acontece no dia 1 de abril, na Itaipava Arena Fonte Nova em Salvador, Bahia. O seminário O Futuro das Novas Arenas Multiuso no Nordeste é uma parceria da Trevisan Escola de Negócios com a Revista CartaCapital e pretende discutir um projeto de gestão para os quatro novos estádios da região, de forma a unir a indústria esportiva e a do entretenimento.

Para a Copa do Mundo de 2014 o nordeste ganhará quatro novas arenas: em Salvador (BA), Recife (PE), Natal (RN) e Fortaleza (CE). As construções têm grande potencial de alavancar o futebol local com instalações mais adequadas, confortáveis e seguras, além de tornar-se centros de lazer e negócios para as cidades. Basta que sejam aproveitadas da melhor maneira, e é isso que o seminário vai debater.

O evento trará autoridades do governo, executivos de companhias nacionais e multinacionais, empresariado e formadores de opinião --veja abaixo a programação completa com todos os nomes. Participam das discussões os gestores das quatro arenas, executivos ligados à indústria do entretenimento, autoridades ligadas à organização da Copa em cada estado, além dos presidentes dos clubes do Nordeste.

Para participar os interessados devem realizar sua inscrição no site da Trevisan e o investimento é de R$ R$ 140,00 entre 1 de março a 23 de março e de R$ 160,00 entre os dois 24 de março a 31 de março.

Confira a programação preliminar:

9h00 – 9h30 Abertura
9h30 – 10h15 A experiência internacional: como podemos adaptar para o Brasil
O que se pode aprender com exemplos de gestão de arenas multiuso em outros países

10h15 – 11h30 Operação das Arenas: um novo modelo
Como os gestores de arenas podem melhorar a experiência do pública e torná-las rentáveis
Eduardo Falcão, Diretor de Marketing/comercial da Arena Itaipava Pernambuco
Charles Maia, presidente da Arena das Dunas 
Marcos Lessa, presidente da Itaipava Arena Fonte Nova
Sílvio Andrade, presidente da Arena Castelão

11h30 – 12h15 Novos conteúdos de entretenimento e lazer
Oportunidades com a realização de eventos além do futebol 
Maria Naiclê Leonidas da Silva, Diretora da XYZ
Marco Aurelio Garcia, Diretor Brunoro Sports Business

12h15 – 14h00 Intervalo

14h00 – 14h30 Associando sua marca em uma arena multiuso
A estratégia de naming rights nas novas arenas
José Sinti Junior, Gerente de Patrocínio do Grupo Petrópolis

14h30 – 16h00 A Copa do Mundo e os impactos para a região
O que os novos estádios podem trazer de benefícios duradouros para a sociedade
Demétrio Paulo Torres, secretário extraordinária para a Copa do Mundo 2014, 
Rio G. do Norte
Ferruccio Feitosa, secretário estadual para a Copa do Mundo de 2014, Ceará
Ney Campello, secretário estadual para a Copa do Mundo de 2014, Bahia (Confirmado)
Gilberto Pimentel , secretário executivo de relações institucionais para a Copa do Mundo 2014, Pernambuco

16h00 – 16h15 Coffee break

16h15 – 18h00 Os clubes e as novas arenas
Como os clubes podem aumentar suas receitas com os novos estádios
Carlos Falcão, presidente do EC Vitória
Fernando Schmidt, presidente do EC Bahia
Glauber Vasconcelos, presidente do Náutico-PE
Gustavo Carvalho, presidente do América-RN
Evandro Leitão, presidente do Ceará

*Palestrantes sujeitos a alteração

 

terça-feira, março 11, 2014

Você sabe o que é o Marco Civil da Internet?

Projeto estabelece princípios, garantias, direitos e deveres dos usuários das redes e protege privacidade do cidadão

por Portal Brasil

O Marco Civil da Internet é um projeto de lei que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres dos usuários da Internet. Ele vai funcionar como uma espécie de “Constituição da Internet”.

A necessidade dessa “Constituição” veio sobretudo porque,  após 18 anos de uso da Internet no Brasil, não há qualquer lei que estabeleça diretrizes para proteger os direitos do cidadão nas redes – que, hoje, estão constantemente ameaçados por uma série de práticas do mercado.

Hoje, temos um cenário em que o Judiciário não tem como apoiar uma série de decisões em disputas judiciais  simplesmente porque não há uma legislação amparando o debate. Além disso, a operação na internet ainda é pouco transparente. Você sabia que, por exemplo, quando você encerra seu perfil em uma rede social, seus dados pessoais ainda ficam guardados lá?

Um dos avanços propostos pelo Marco Civil é a exclusão definitiva dessas informações, afinal os dados de um cidadão pertencem única e exclusivamente ao cidadão, e não a terceiros.

O Marco Civil também pode ser chamado de "carta de direitos" dos internautas. Seu texto foi escrito de forma colaborativa e inovadora: ao longo de 2009 e 2010, milhares de pessoas, entre pesquisadores, entidades civis e cidadãos, enviaram sugestões do que a lei precisaria conter.

A advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) Veridiana Alimonti, especialista em telecomunicações e internet, explica que o Marco foi uma reação da sociedade a diversos projetos de lei (PL) com caráter criminal contra os usuários, como o PL Azeredo. "Em vez de tipificar comportamentos comuns na rede como crime, é necessária uma lei que garanta primeiro os direitos dos usuários, bem como os deveres dos prestadores de serviço, provedores e do poder público", afirma.

 Entenda melhor o projeto

Os principais pontos do Marco Civil da Internet são a neutralidade da rede e a garantia da privacidade dos usuários

NEUTRALIDADE - A neutralidade da rede é um princípio fundamental para o funcionamento da Internet sem a interferência das operadoras de telecomunicações no que o usuário pode ou não acessar.

Na prática, o que o projeto faz é colocar na lei a exigência de que o provedor trate de maneira igual os dados que trafegam na rede, sem distinguir o tipo de conteúdo ou de aplicação utilizados. As operadoras contestam esse artigo, pois têm interesse em explorar novos modelos de negócios, como a cobrança de acordo com o que o usuário acessa na rede, por exemplo.

Atualmente, basta que o internauta tenha uma conexão a internet para usufruir de serviços de e-mail, redes sociais como o Facebook ou Twitter, assistir a vídeos no YouTube ou acessar qualquer tipo de conteúdo. A ideia das operadoras é passar a vender pacotes que limitem não apenas a velocidade, mas também o tipo de serviço utilizado. Assim, um pacote mais barato permitiria a navegação apenas em sites simples; pagando uma mensalidade maior, o internauta conseguiria entrar em seu e-mail, por exemplo. Serviços mais "sofisticados", como publicar textos em um blog pessoal ou assistir a filmes e séries online, passariam a ser privilégio daqueles com maior poder aquisitivo para pagar os pacotes mais caros.
 

PRIVACIDADE - A preocupação com a privacidade dos usuários na rede nunca esteve tanto em evidência quanto após a denúncia do ex-agente da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), Edward Snowden, de que o governo norte-americano estaria vigiando as comunicações via internet em todo o mundo, inclusive dos órgãos governamentais brasileiros.

O Marco Civil atua nesse sentido ao proibir que as operadoras de telecomunicações armazenem os dados de navegação dos usuários, permitindo apenas a guarda dos registros de conexão (número de IP, horário da conexão e desconexão). Já os provedores de serviços e aplicações, como Google, Facebook e outros sites, tinham a opção de guardar os dados dos usuários que os acessassem, desde que isso fosse informado e consentido pelo consumidor. Na nova redação apresentada pelo relator do PL, Deputado Alessandro Molon, no final de 2013, a guarda desses dados fica limitada ao prazo de seis meses.

Em dezembro, quando veio ao Brasil para participar da Conferência Brasil-Canadá 3,0, o especialista Demi Getschko, um dos membros do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) disse ver o  Marco Civil da Internet como "uma vacina" contra eventuais problemas

Para Getschko, o Brasil ganhou notoriedade mundial ao mostrar que criou sua forma de gestão na rede mundial de computadores, que é multiparticipativa. “Criamos sem regulação, e coisas pesadas, na área. O Marco Civil da Internet, ao contrário do que alguns dizem, é contra a regulação pesada na internet”

Na avaliação do especialista, a invasão de privacidade é um dos problemas que existem hoje na rede e precisam ser consertados. “Se não houver um limite na cerca, a internet sempre permite que você vasculhe a vida de qualquer um, porque é uma rede técnica. Tudo que você faz tem que ganhar um IP, que permite saber o que fez, onde entrou ou deixou de entrar”, enfatiza. O IP é o um protocolo que permite a identificação de um dispositivo (computador, smartphone, tablet) nas redes privadas ou públicas.

“Se isso ficar solto, qualquer sujeito da cadeia que o cidadão usa para chegar à internet, poderá recolher informações de pessoas e empresas. Isso não é bom. Então, o marco civil deve ser algo profilático. Algo preventivo contra futuros problemas na rede”, afirmou Getschko.

Situação atual

Hoje aguardando ser votado na Câmara, o Marco Civil da Internet chegou ao Congresso como o Projeto de Lei 2126/2011, mas acabou sendo incorporado pelo Projeto de Lei 5403/2001. Ele começou a ser elaborado pelo Ministério da Justiça, com ajuda de outros órgãos do governo federal e também da sociedade civil, que foi consultada pelo governo para dar sua opinião de quais seriam as mudanças necessárias para se implementar na nova legislação.

A sociedade respondeu com mais de 2,3 mil colaborações, e o resultado foi o projeto encaminhado ao Congresso Nacional em 2011. Uma nova consulta pública foi realizada, já dentro do Congresso, ouvindo representantes de 60 instituições dos mais diversos setores. Acadêmicos, ativistas, órgãos do governo, operadoras telefônicas, artistas, empresas de tecnologia, todos foram ouvidos e enviaram suas propostas até pelo Twitter. Conhecido como o “pai” da internet, o físico britânico Tim Berners-Lee, deu seu apoio público ao projeto. O autor do conceito de neutralidade da rede, o professor da Columbia University Tim Wu, também endossou a proposta.

Facebook: um mapa das redes de ódio

Pesquisa vasculha território obscuro da internet: as comunidades que clamam por violência policial, linchamentos, mortes dos “esquerdistas” e novo golpe militar
 

Por Patrícia Cornils entrevistando Fabio Malini

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No dia 5 de março o Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic), da Universidade Federal do Espírito Santo, publicou um mapa de redes de admiradores das Polícias Militares no Facebook. São páginas dedicadas a defender o uso de violência contra o que chamam de “bandidos”, “vagabundos”, “assaltantes”, fazer apologia a linchamentos e ao assassinato, defender policiais, publicar fotos de pessoas “justiçadas” ou mortas violentamente, vender equipamentos bélicos e combater os direitos humanos.

Para centenas de milhares de seguidores dessas páginas, a violência é a única mediadora das relações sociais, a paz só existe se a sociedade se armar e fizer justiça com as próprias mãos, a obediência seria o valor supremo da democracia. Dentro dessa lógica, a relação com os movimentos populares só poderia ser feita através da força policial. Qualquer ato que escape à ordem ou qualquer luta por direitos é lido como um desacato à sociedade disciplinada. Um exemplo: no sábado, dia 8 de março, a página “Faca na Caveira” publicou um texto sobre o Dia Internacional das Mulheres no qual manda as feministas “se foderem”. Em uma hora, recebeu 300 likes. Até a tarde de domingo, 1473 pessoas haviam curtido o texto.

Abaixo o professor Fábio Malini explica como fez a pesquisa e analisa o discurso compartilhado por esses internautas. “O que estamos vendo é só a cultura do medo midiático passando a ter os seus próprios veículos”, diz ele. Explore as redes neste link.

140311-Ultraconservadores

Como você chegou a esse desenho das redes? O que ele representa?

É um procedimento simples em termos de pesquisa. O pesquisador cria uma fanpage no Facebook e passa a dar “like” num conjunto de fanpages ligada à propagação da violência. Em seguida, usamos uma ferramenta que identifica quais os sites que essas fanpages curtem. E, entre elas, quais estão conectadas entre si. Se há conexão entre uma página com outra, haverá uma linha. Se “Faca na Caveira” curte “Fardado e Armados˜ há um laço, uma linha que as interliga. Quando fazemos isso para todas as fanpages, conseguimos identificar quais são as fanpages da violência (bolinhas, nós) mais conectadas e populares. Isso gera um grafo, que é uma representação gráfica de uma rede interativa. Quanto maior é o nó, mais seguida é a página para aquela turma. No grafo, “Polícia Unida Jamais será vencida” é a página mais seguida pela rede. Não significa que ela tem mais fãs. Significa que ela é mais relevante para essa rede da violência. Mas a ferramenta de análise me permite ver mais: quem são as páginas mais populares no Facebook, o que elas publicam, o universo vocabular dos comentários, a tipologia de imagens que circula etc.

O que você queria ver quando pesquisou esse tema? E o que achou de mais interessante?

Pesquisei durante apenas uma semana para testar o método de extração de dados. Descobri que o Labic, laboratório que coordeno, pode ajudar na construção da cultura de paz nesse país, desvelando os ditos dessas redes, que estão aí, lotadas de fãs e públicas no Facebook. Assustei-me em saber a ecologia midiática da repressão no Facebook, em função da agenda que esses sites estabelecem.

Primeiro há um horror ao pensamento de esquerda no país. Isso aparece com inúmeros textos e imagens que satirizam qualquer política de direitos humanos ou ligadas aos movimentos sociais. Essas páginas funcionam como revides à popularização de temas como a desmilitarização da Polícia Militar ou textos de valorização dos direitos humanos. Atualmente, muitas dessas páginas se articulam em função da “Marcha pela Intervenção Militar”. Um de seus maiores ídolos é o deputado Jair Bolsonaro.

Após os protestos no Brasil, a estrutura de atenção dos veículos de comunicação de massa se pulverizou, muito tráfego da televisão está escoando para a internet, o que faz a internet brasileira se tornar ainda mais “multicanal”, com a valorização de experiências como Mídia Ninja, Rio na Rua, A Nova Democracia, Outras Palavras, Revista Fórum, Anonymous, Black Blocs. São páginas muito populares. Mas não estão sozinhas. Há uma guerra em rede. E o pensamento do “bandido bom, bandido morto” hoje se conformou em votos. Esse pensamento foi capaz de construir redes sociais em torno dele.

A despolitização, a corrupção, os abusos de poder, a impunidade, estão na raiz da força alcançada por essas redes da violência e da justiça com as próprias mãos. E não tenho dúvida: essas redes, fortes, vão conseguir ampliar seu lastro eleitoral. Vão ajudar na eleição de vários políticos “linha dura”. Em parte, o crescimento dessas redes se explica também em função de forças da esquerda que passaram a criminalizar os movimentos de rua e ficaram omissas a um conjunto de violações de direitos humanos. O silêncio, nas redes, é resignação. O que estamos vendo é só a cultura do medo midiática passando a ter os seus próprios veículos de comunicação na rede.

Você escreveu que “é bom conhecer e começar a minerar todos os conteúdos que são publicadas nelas.” Por que?

Porque é preciso compreender a política dessas redes e seus temas prioritários. Instituir um debate por lá e não apenas ficar no nosso mundo. É preciso dialogar afirmando que uma sociedade justa é a que produz a paz, e não uma sociedade que só obedece ordens. Estamos numa fase de mídia em que se calar para não dar mais “ibope” é uma estratégia que não funciona. É a fala franca, o dito corajoso, que é capaz de alterar (ou pelo menos chacoalhar) o discurso repressor.

É interessante, ao coletarmos e minerarmos os dados, notar que muitas dessas páginas articulam um discurso de Ode à Repressão com um outro pensamento: o religioso, cujo Deus perdoa os justiceiros. Isso se explica porque ambos são pensamentos em que o dogma, a obediência, constituem valores amplamente difundidos. Para essas redes, a defesa moral de uma paz, de um cuidado de si, viria da capacidade de os indivíduos manterem o estado das coisas sem qualquer questionamento, qualquer desobediência.

No lugar da Política enfrentar essas redes, para torná-las minoritárias e rechaçadas, o que vemos? Governantes que passam a construir seus discursos e práticas em função dessa cultura militarizada, dando vazão a projetos que associam movimentos sociais a terrorismo. Daí há uma inversão de valores: a obediência torna-se o valor supremo de uma democracia. E a política acaba constituindo-se naquilo que vemos nas ruas: o único agente do Estado em relação com os movimentos é a polícia.

O grafo mostra as relações entre os diversos nós dessa rede. Mas e se a gente quiser saber o que essas redes conversam? As PMs estão no centro de vários debates importantes hoje: o tema da desmilitarização. A repressão às manifestações. O assassinato de jovens pobres, pretos, periféricos. Esses nós conversam sobre essas coisas? Em que termos?

Sim, esses nós se republicam. Tal como páginas ativistas se republicam, tais como páginas de esporte se republicam. Todo ente na internet está constituindo numa rede para formar uma perspectiva comum. As ferramentas para coletar essas informações públicas estão muito simplificadas e na mão de todos. Na tenho dúvida que as abordagens científicas das Humanidades serão cada vez mais centrais, pois a partir de agora o campo das Humanidades lidará com milhões de dados. É uma nova natureza que estamos vendo emergir com a circulação de tantos textos, imagens, comportamentos etc.

Você escreveu que “os posts das páginas, em geral, demonstram o processo de construção da identidade policial embasada no conceito de segurança, em que a paz se alcança não mediante a justiça, mas mediante a ordem, a louvação de armamentos e a morte do outro.” Pode dar exemplos de como isso aparece? E por que isso é grave? Afinal, na visão dos defensores e admiradores da polícia, as posições que defendem dariam mais “paz” à sociedade.

Sábado, 8 de março, foi o Dia Internacional da Mulher. Uma das páginas, a Faca na Caveira, deu parabéns às mulheres guerreiras. Mas mandaram as feministas se foderem. O post teve 300 likes em menos de meia hora e na tarde de domingo tinha 1473 likes. A paz só será alcançada com ordem e obediência, dizem. No fundo, essas redes revelam-se como repressoras de qualquer subjetividade inventiva. Por isso, são homofóbicas e profundamente etnocêntricas de classes. É uma espécie de decalque do que pensa a classe média conectada no Brasil, que postula que boné de “aba reta” em shopping é coisa da bandidagem.

Em Vitória, onde resido, em dezembro de 2013, centenas de jovens que curtiam uma roda de funk nas proximidade de um shopping tiveram que entrar nesse recinto para fugir da repressão da polícia, que criminaliza essa cultura musical. Imediatamente foi um “corre-corre” no centro comercial. Os jovens foram todos colocados sentados, sem camisa, no centro da Praça de Alimentação. Em seguida, foram expulsos em fila indiana pela polícia, sob os aplausos da população. Depois, ao se investigar o fato, nenhum deles tinha qualquer indício de estar cometendo crime. Essa cultura do aplauso está na rede e é forte. É um ódio à invenção, à diferença, à multiplicidade. É por isso que a morte é o elemento subjetivo que comove essa rede. Mostrar possíveis criminosos mortos, no chão, com face, tórax ou qualquer outro parte do corpo destruída pelos tiros, é um modo de reforçar a negação da vida.

Essas redes conversam com outras redes não dedicadas especificamente à questão das PMs? Vi, por exemplo, que tem um “Dilma Rousseff Não”, um “Caos na Saúde Pública” e um “Movimento Contra Corrupção”. Que ligações as pessoas ali estabelecem entre esses temas?

Sim, são páginas que se colocam no campo da direita mais reacionária do país. Mas isso também é um índice da transmutação do conservadorismo no Brasil. Infelizmente, o controle da corrupção se tornou um fracasso. Essa condição fracassada alimenta a despolitização. E a despolitização é o combustível para essas páginas. Mas a despolitização não é apenas um processo produzidos pelos “repressores”, mas por sucessivos governos mergulhados em escândalos e que são tecidos por relações políticas absolutamente cínicas em nome de alguma governabilidade.

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10 truques de linguagem corporal que podem mudar os rumos da sua carreira

Quer mudar os rumos da sua carreira sem buscar um novo emprego? Utilize truques de linguagem corporal. Confira 10 estratégias úteis para se tornar um profissional melhor

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A maneira como você se apresenta fisicamente no trabalho pode ajudar ou prejudicar sua carreira. Se você quer garantir que a postura represente ajuda, conhecer alguns truques de linguagem corporal vai ser útil. Veja a seguir 10 truques de linguagem corporal que vão tornar você alguém mais articulado, com melhores habilidades de negociação e até mesmo com poder de incentivar a colaboração entre a equipe:

1. Sinais de engajamento

Se você quer fechar acordos, envie sinais de engajamento como sorrisos, acenos de cabeça e gestos espelhados. Isso gera resultados positivos para grupos de trabalho mesmo que a exibição do produto ou projeto seja considerada inconsistente.

2. Sorrisos

Para fazer com que tarefas complicadas pareçam mais fáceis, uma boa estratégia é sorrir. Isso vai, basicamente, fazer com que seu corpo acredite que a tarefa é simples. Ao fazer caretas enquanto realiza uma tarefa, você envia uma mensagem ao seu cérebro, portanto, sorrir vai mostrar que você está apreciando essa tarefa, ainda que não seja verdade no início.

3. Postura aberta

Se você quer reduzir a resistência das pessoas, mantenha uma postura aberta. Estar em uma reunião ou evento e permanecer com os braços cruzados ou olhando para baixo vai desmotivar as pessoas a abordarem você. Mantenha uma postura aberta para incentivar o contato, mostre que você está interessado nas outras pessoas.

4. Controle de entusiasmo

O excesso de animação pode fazer com que você pareça fraco. Por isso, se a sua intenção é maximizar a sua autoridade, controlar o entusiasmo pode ser uma boa ideia. Respire fundo, controle os gestos para não exagerar e faça pausas no seu discurso. Quando você age de maneira calma e contida, parece mais poderoso.

5. Alinhamento corporal

Grande parte das discussões é gerada quando uma pessoa acha que não está sendo ouvida. Uma maneira eficiente de fazer com que ela se sinta melhor, além de mostrar liderança, é alinhar-se fisicamente a essa pessoa, seja ficando em pé ou se sentando perto dela. Por outro lado, uma postura desleixada vai piorar as coisas, assim como se aproximar demais da pessoa com quem está discutindo.

6. Interesse aparente

Se a sua intenção é aumentar a participação das pessoas, mostrar interesse pelo que elas estão dizendo é fundamental. E fazer isso é mais fácil do que você pensa: para começar, deixe seu telefone de lado. Olhe nos olhos dela, acene com a cabeça para mostrar que está entendendo.

7. Eliminação de barreiras

Se você quer encorajar a colaboração entre seus colegas de trabalho, literalmente remova todas as barreiras. Tire tudo que bloqueia a sua visão ou forma uma barreira entre você e o resto da equipe, mesmo que seja uma régua mal posicionada. Lembre-se de manter esse comportamento em outras ocasiões, como almoços de negócios.

8. Aperto de mãos

Se seu objetivo é estabelecer uma conexão imediata com as pessoas, nada é melhor do que um bom aperto de mãos. O toque é a maneira de contato não-verbal mais primitiva e poderosa, de modo que isso cria um vínculo.

9. Espelho de expressões e postura

Para mostrar que você concorda com uma pessoa, espelhar posturas e expressões é uma ótima estratégia. Quando você faz isso intencionalmente, isso pode ser uma parte importante da construção do relacionamento, além de nutrir sentimentos de mutualidade.

10. Uso das mãos

O uso das mãos pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar os seus discursos. Ainda que às vezes as pessoas digam que fazer muitos movimentos com as mãos seja sinal de nervosismo, isso só acontece se você utiliza a estratégia errada. O gesto deve estar ligado à sua fala, para mostrar que você é articulado.

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