Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, junho 30, 2012

Palmeiras tenta liberação para hotel de R$ 300 mi

Maquete da Arena Paletra

Maquete da Arena Palestra / Eduardo Knapp /Folhapress

 

O Palmeiras já escolheu o que vai ser “a cereja do bolo” no projeto de construção da nova arena do clube. É assim que vem sendo tratada a possibilidade de um hotel de R$ 300 milhões em um terreno da equipe alviverde. O empreendimento seria erguido pela WTorre, responsável pela reforma do estádio, em parceria com uma bandeira de hotelaria.

 

O empreendimento seria erguido em terreno que atualmente é ocupado pela administração do Palmeiras. Esses departamentos serão transferidos para a nova arena, que terá um prédio específico para a gestão do clube.

 

O problema é que há dois prédios no terreno, e o Palmeiras precisa de liberação total de ambos para viabilizar a construção do hotel. O projeto ainda está em fase embrionária.

 

Caso vá adiante, a ideia é que o hotel funcione independentemente do clube. A construção será feita pela WTorre, e a operação terá parceria de uma bandeira internacional.

 

No entanto, o hotel deve ter quartos reservados para atletas, diretoria e estafe técnico do Palmeiras. O custo usado atualmente para o empreendimento é uma estimativa, mas pode sofrer variações drásticas – o valor depende, por exemplo, da bandeira de hotelaria escolhida.

 

A construção do hotel é parte de um novo projeto da WTorre. A construtora trabalha desde o início do ano com um plano de crescimento interno voltado ao segmento hoteleiro, e um profissional da rede Hyatt foi contratado para liderar essa iniciativa.

 

A WTorre já teve reuniões com pelo menos cinco empresas interessadas em assumir a bandeira do hotel. A iniciativa deve ser feita em joint venture, e o desenvolvimento do segmento na empresa independe de o Palmeiras viabilizar o negócio complementar ao projeto da arena.

GUILHERME COSTA
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

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Carlos Rogério Thiengo, analista de desempenho das categorias de base do São Paulo

Mestre em Ciências da Motricidade fala de rotina, integração com os profissionais e valor da tecnologia
Equipe Universidade do Futebol

Com o desenvolvimento tecnológico e a formação de futebolistas, não há como atuar no alto rendimento desamparado das ferramentas de análise de jogo. É dessa forma que pensa Carlos Rogério Thiengo, analista de desempenho das categorias de base do São Paulo. E ele tem capacidade de traçar esse cenário com propriedade.

No grupo de trabalho do qual faz parte, Thiengo atua com muitos jogadores, e a tecnologia é uma aliada no processamento e na agilidade para oferecer informações à comissão técnica. O alvo é básico é a preparação desses futebolistas.

“Priorizamos o pré-jogo e também o controle da carga de treinamentos. Hoje, minha atividade no setor é na elaboração de relatórios, auxílio da coordenação técnica, etc.”, resumiu Thiengo, nesta entrevista gravada em vídeo no próprio Centro de Formação de Atletas Presidente Laudo Natel, em Cotia.

Mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Rio Claro – 2011), graduado em Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Bauru – 2006, Thiengo também possui experiência no ensino dos esportes coletivos (futebol e futsal).

No São Paulo, ele encontrou uma série de características que possibilitariam um estudo de sua pós-graduação: o histórico de formação de futebolistas do clube paulista, uma proximidade logística ao seu ambiente acadêmico e a propriedade de um centro referencial específico de jovens.

À Universidade do Futebol, o jovem profissional falou ainda sobre a influência do analista de desempenho na execução de atividades de treino e aprendizagem com a finalidade de incrementar a habilidade e a qualidade de um atleta que está se desenvolvendo e como é o intercâmbio de informações com os treinadores, preparadores físicos e o coordenador técnico.


TRAJETÓRIA ATÉ O SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE

"Sou graduado em Educação Física pela Unesp, de Bauro, e em 2007 trabalhei no Caribe, onde fiquei quatro meses. Tive um vínculo com o futsal, mas meus estudos sempre estiveram ligados ao futebol"
(Carlos Rogério Thiengo)


 

POR QUE ESCOLHEU O SÃO PAULO COMO OBJETO DE PESQUISA?

"O São Paulo é um clube que tem um histórico de futebolistas de alto rendimento formados pela instituição nos últimos anos"
(Carlos Rogério Thiengo)




FUNÇÃO E COTIDIANO

"A transformação do setor se deu após meu ingresso no clube. Antes era algo muito relacionado apenas com as capacidades motoras do futebilistas, e desde o fim de 2011 para cá, decidimos ampliar as funções que estavam designadas"
(Carlos Rogério Thiengo)



PAPEL DO ANALISTA NA EXECUÇÃO DE ATIVIDADES DE TREINAMENTO

"Atividade do analista é extrair conseguir extrair a informação que realmente é significativa à comissão técnica"
(Carlos Rogério Thiengo)



 

INTEGRAÇÃO COM PROFISSIONAIS DA COMISSÃO TÉCNICA

"São Paulo tem um ambiente muito fértil nas categorias de base, algo propício ao trabalho multidisciplinar e interdisciplinar. Temos a possibilidade de sempre discutir os problemas que aparecem"
(Carlos Rogério Thiengo)



AÇÕES NO PRÉ-JOGO, NO JOGO E NO PÓS-JOGO

"Meu trabalho está na elaboração dos conteúdos que serão ministrados. Priorizamos o pré-jogo, além do controle das cargas de treinamento" 
(Carlos Rogério Thiengo)




 

USO DA TECNOLOGIA ESPORTIVA: BRASIL X EUROPA

"O Brasil ainda engatinha em alguns processos da análise do jogo: muito do que é feito aqui está atrelado ainda ao modelo tradicional do scout e da quantificação, e não aos aspectos qualitativos"
(Carlos Rogério Thiengo)




PROPOSTA E DIRETRIZES DO MESTRADO

"Proposta foi fazer uma aproximação do autor que estuda os sabedores dos professores, o Tardiff, e a partir disso contextualizamos com o futebol"
(Carlos Rogério Thiengo)




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Treinamento funcional no futebol: uma metodologia que ajuda na prevenção lesões e possibilita aumento de rendimento

Principal diretriz é conseguir aplicar cada uma das vertentes de forma específica, simulando exercícios com gestos iguais ou parecidos aos realizados pelos futebolistas dentro dos treinos e jogos
Sandro Sargentim* / Universidade do Futebol

Com o passar dos anos, a ciência aliada ao treinamento desportivo vem buscando aperfeiçoar mecanismos de aplicação de treinamentos que busquem a excelência em rendimento através de métodos específicos de cada modalidade. Os esportes individuais alcançaram resultados mais diretos na busca pela especificidade da manipulação das cargas de treinamento comparado aos esportes coletivos.

O futebol, dos esportes coletivos, sempre foi a modalidade que mais impõe barreiras para a implantação de técnicas novas de treinamento que visam não somente alto rendimento individual e coletivo, mas geram uma adaptação ao organismo do atleta, proporcionando uma maior equilíbrio muscular e com isso um menor risco de lesões muscular e articular.

O treinamento funcional tem como foco dentro do futebol dois objetivos claros e interdependentes:

1- Melhora do movimento específico do futebolista durante as fases mais intensas e decisivas do jogo;

2- Um maior equilíbrio das cadeias musculares, minimizando com isso as chances de dores e lesões inerentes ao futebolista.

As vertentes que compõem o treinamento funcional dentro do futebol são: treinamento de força, core e propriocepção (Sargentim e Passos, 2012).

A força é aplicada com o principal objetivo de melhora da resposta muscular aos movimentos mais intensos e específicos do jogo. O treinamento de força tem como função primária melhorar a ação motora do futebolista dentro dos treinamentos e jogos.

O futebol é um esporte misto e intermitente, onde o atleta realiza diversas ações musculares intensas e curtas com longas pausas para as novas ações (Bloomfield, e cols., 2007). As ações motoras na fase ativa da partida, na maior parte das vezes, são realizadas através de movimentos rápidos e intensos com ação específica dos grandes grupos musculares (Gatz, 2009).

A manipulação dos exercícios de força pretende dentro do futebol, criar uma adaptação ao atleta, para poder realizar os movimentos com mais intensidade e segurança, prorrogando ou diminuindo a chance de fadiga muscular. As manifestações de força do futebolista são força máxima, força explosiva e resistência de força explosiva (Sargentim, 2012).

Para o futebolista poder desempenhar o seu melhor desempenho através do treinamento de força, o fortalecimento das suas articulações e bem como seu centro de equilíbrio e controle deve ser treinado e aprimorado através do treinamento do core e da propriocepção.

A região do core pode ser entendida com a conexão entre os membros superiores e inferiores, se tornado a base do movimento de cada indivíduo, pode ser entendido como o produto de um controle motor e da capacidade muscular do complexo quadril-lombar-pelve (Verstegen, 2004).

Os movimentos realizados pelos membros são iniciados e posteriormente equilibrados pela região do core (Boyle, 2003). Com o core bem equilibrado e fortalecido, o futebolista conseguirá realizar as ações musculares com maior segurança, gerando mais força com menos gasto de energia e consequentemente uma menor possibilidade de fadiga (Neuman, 2002).

O treinamento do core é a base de apoio para a aplicação de todas as capacidades físicas e suas derivações, voltadas para esportes de alto rendimento (Wilson, 2006).

O treinamento funcional não está direcionado para a melhora do músculo do atleta, nem tão pouco com seus grupamentos musculares, e sim com o direcionamento harmônico e coordenado dos movimentos específicos de cada desporto de acordo com sua especificidade (Boyle, 2010).

Contudo por mais força que o atleta conseguir realizar pelos membros e por mais fortalecido e equilibrado estiver a região do core, de pouco adianta se as articulações específicas não forem treinadas e fortalecidas da forma pontual e correta.

A propriocepção é a resposta sensório-motora que informa nosso corpo como proteger as articulações aos estímulos externos, através dos proprioceptores (Campos e Coraucci Neto, 2004) e como principal característica o fortalecimento das articulações correspondentes ao futebolista (tornozelo, quadril e joelho).

A propriocepção não age isoladamente na articulação, ela fortalece também a musculatura que compõe cada articulação. O fortalecimento articular através da propriocepção acontece através da estimulação dos receptores (especialmente os mecanorreceptores), da estimulação ao fuso muscular e ao órgão tendinoso de Golgi (Sargentim e Passos, 2012).

O treinamento funcional dentro do futebol é realizado dentro dessas três vertentes (força, core e propriocepção).



A principal diretriz do treinamento funcional dentro do futebol é conseguir aplicar cada uma das vertentes de forma específica, simulando os exercícios com gestos iguais ou parecidos aos realizados pelos futebolistas dentro dos treinos e jogos.

Os exercícios para serem específicos devem ser realizados pelos grupamentos musculares específicos dos futebolistas, com a alta intensidade, com a velocidade de movimento parecida com a de jogo e com a freqüência de movimentos próxima à realidade encontrada em uma partida de futebol.

É possível o treinamento de forma integrada, com as três vertentes do treinamento funcional estimuladas ao mesmo tempo, ou isolando cada uma das vertentes em cada sessão de treino – essa divisão é pedagógica e pode evoluir de acordo com aceitação e evolução dos atletas.

O treinamento funcional dentro do futebol não prioriza a prevenção de lesões em detrimento ao alto rendimento: ele contribui para os dois objetivos agirem em conjunto proporcionando ao futebolista moderno um maior fortalecimento e equilíbrio muscular, potencializando o rendimento de forma complexa e específica.

*Sandro Sargentim é preparador físico de futebol e autor do livro "Treinamento de força no futebol". Além disso, é docente no curso de pós graduação em Treinamento Desportivo - UNiFmu/Gama Filho e Treinamento Funcional - Ceafi e coordenador da pós graduação em Ciências no Futebol - UniFmu.

Referências bibliográficas:

Bloomfield, J.; Polman, R.; O’Donogue, P. Physycal demands of diferent positions in FA Premier League Soccer. J. Spor. Sci. Med., v. 6, p. 63-70, 2007.

Boyle, M. Advances in Functional Training. Train Techniques for Coaches, Personal Trainers and Athletes. OTP. USA, 2010. p.315.

Boyle, M. Functional Training for Sports. Human Kinetics.USA, 2003.

Gatz, G. Complete conditioning for soccer. Human Kinetics, 2009, p.197.

Neumann, D.A. Kinesiology of the musculoskeletal system: foundations for physical rehabilitation.Mosby, Missouri, 2002, p.425.

Sargentim, S.: Treinamento de força no futebol. São Paulo:Phorte. 2010. p.120.

Sargentim, S. Passos, T. Treinamento Funcional no Futebol. São Paulo. 2012. P.184

Verstegen, Mark. Core Performance. Estados Unidos, Rodale, 2004. p. 35-36.

Wilson, W. Rugby Fitness Training: A Twelve-Month Conditioning Programme. Crowood Press; illustrated edition. 2006, p-189.

Futebol e paixão clubística

“Contaminação boba mas insidiosa que abala a credibilidade dos melhores profissionais da imprensa. Assumir ou não assumir preferência clubística não é a questão. A questão relevante é ser ou não ser imparcial.” (Benê Lima)

A discussão sobre objetividade/neutralidade no jornalismo é uma das mais fecundas da profissão, tendo originado teses e livros ao longo de sua história. No âmbito do esporte, sítio de paixões mais exacerbadas, a questão é tão mais instigante que coloca o profissional do jornalismo diante de uma questão mais delicada: assumir ou não publicamente o time pelo qual torce? Na mídia esportiva existem três posicionamentos quanto a esta questão: os que acham que revelar sua preferência é professar transparência (e objetividade); os que a assumem com discrição; e os que não revelam para quem torcem por temer acusações de parcialidade. A revista VIP divulgou, há cerca de dois meses, os supostos “times do coração” de alguns dos jornalistas mais populares do meio esportivo. Com muitos erros, é verdade. Paulo Calçade (foto abaixo) e Alberto Helena Jr (foto acima), por exemplo, foram classificados como torcedores respectivamente de Corinthians e São Paulo, quando são assumidamente palmeirenses (o primeiro do tipo discreto, o segundo do tipo transparente).

Nos momentos críticos, de ânimos exaltados, é que se pode constatar que a objetividade, tão rara no jornalismo político, é completamente impraticável no jornalismo esportivo. Tomemos, por exemplo, as fases finais da Libertadores, que teve o Corinthians, (clube que é o maior rival de São Paulo, Santos e Palmeiras, e o clube de maior rejeição das demais torcidas do Brasil, segundo pesquisa do Lance) como protagonista. Foi uma fase em que o anti-conrinthianismo alastrou-se feito praga na lavoura.

Torcedores disfarçados em comentaristas

Claro, sempre existiram os anti-corinthianos de carteirinha, como o Mauro César Pereira, da ESPN (que já disse no ar que comeu churrasco quando o Corinthians caiu para a segunda divisão), e intitulou seu blog quando o time conseguiu a façanha de passar para a fase final: “Corinthians chega onde chegou o São Caetano”. Como se sabe, o São Caetano foi eliminado pelo Olímpia na final. Pereira também bombardeou o tira-teima da Globo que provou o impedimento do gol do Vasco na primeira quarta de final. Ele, segundo a VIP, é flamenguista. Mas, antes de tudo, é anti-corinthiano, como um tal de Paulinho, que tem um blog devotado a detonar o Coringão. Ele postou certa vez que Mário Gobbi tinha bancado o bobão numa reunião da FPF. Internautas lhe enviaram uma nota publicada no mesmo dia na coluna em off do caderno de esportes da Jornal da Tarde, dando conta que Gobbi, ao contrário, havia sido até bajulado pelos demais presidentes de clubes na tal reunião. Ele não só mentiu, como censurou as mensagens dos internautas. E ainda reivindica “jornalismo com credibilidade”. É um site mentiroso e hipócrita. Não está incrustado na UOL (que, tal como a Folha, até os balconistas de farmácia comentam que é visceralmente anticorintiano), mas é recomendado pelo José Cruz e pelo Birner, blogueiros do UOL).

O são-paulino Birner banca o imparcial, mas preconizou que o Corínthians ia amarelar contra o Santos. O palmeirense Perrone também anti-corinthianizou ao bater na tecla do “time medíocre” (fez uns três ou quatro posts sobre o furo do Rosemberg ,durantes as quartas ) e no dia da semi-final intitulou um post-torcida: “Santos confiante e Corinthians com medo que Neymar engane juiz”. Renato Maurício Prado sempre foi um anti-corinthiano disfarçado, a ponto de um dos leitores de sua coluna reclamar que ele é mais crítico com o Corínthians que com os rivais de seu Flamengo, no Rio. Aliás, bastou seu time do coração ser eliminado daquela maneira judiada para ele começar a elogiar o Santos de modo desmesurado. Razão pela qual compreende-se porque agora ele chamou as semi-finais de “peladas”, já que não gostou do desempenho de Neymar e Ganso. “Nada contra o Corinthians” – ele escreveu em seu blog. Como não? Então o time que chega à semi-final invicto com um golaço de Sheik não merece uma linha? O fato de RMP ter faltado ao “Bem Amigos” com Tite sem uma explicação convincente foi muito sintomático.

Paulo Vinícius Coelho foi outro que se deixou levar pela paixão clubística. O sucesso do Palmeiras na Copa do Brasil acirrou ainda mais a rivalidade, já manifesta nos comentários durante o ano passado ao longo do Campeonato Brasileiro, quando em nenhum momento ele colocou o Corinthians como favorito. Era sempre o Fluminense ou o Vasco. Ao final do jogo contra o Santos, sem saber ainda se o vencedor enfrentaria Boca ou La U, ele postou que o Corinthians precisava melhorar. Como assim? Não teve a melhor campanha? Não foi melhor que todos? A impressão que se tem é que um leitor que busque uma análise lúcida das reais possibilidades e limitações de seu time vai encontrar torcedores disfarçados em comentaristas especializados.

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[Silvia Chiabai é jornalista] / Observatório da Imprensa

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Inter reestrutura Licenciamentos e lança projeto de franquia de lojas

Nova modelagem foi apresentada ao mercado nesta sexta-feira (29/6), em coletiva de imprensa no Complexo Beira-Rio. Com rede de lojas Inter Shop, Clube espera ampliar número de unidades oficiais e elevar faturamento anual da área para R$ 20 milhões até 2017

Os segmentos de Licenciamentos e Lojas Oficiais representam uma importante oportunidade de negócios para alavancar a marca - e as receitas - dos clubes de futebol. Nesse contexto, o Sport Club Internacional apresenta um novo posicionamento de atuação nessas áreas. Nesta sexta-feira (29/6), em evento que ocorreu no Beira-Rio, a diretoria de marketing colorada lançou o projeto Inter Shop, modelo de franquias para lojas oficiais do Clube. O objetivo é criar oportunidades no varejo nacional, a partir de uma nova estrutura profissional de operações para a área de Licenciamentos, por meio da implantação de uma ampla rede de unidades franqueadas.

Com o Inter Shop, desenvolvido em parceria com a SPR Franquias, o Campeão de Tudo pretende unificar a produção e distribuição de artigos de confecção, responsáveis por 40% das vendas de licenciados, em um único fabricante - além da Nike, fornecedora de material esportivo do Inter. Esta nova estratégia proporcionará a ampliação do portfólio de produtos, o que irá beneficiar o torcedor. Por consequência, contribuirá para aumentar as receitas do clube e das lojas oficiais.

Aliás, o projeto também prevê um novo modelo de negócios para as lojas coloradas. Desde 1996, o Inter licenciava a marca Inter Sport para interessados em comercializar produtos oficiais do clube. Agora, a Inter Sport será substituída pela Inter Shop, e cada unidade será operada como uma franquia.

O novo direcionamento unifica as ações da rede credenciada por meio da criação de uma central de compras, pela qual os lojistas terão melhores condições de competir com os grandes varejistas. A expectativa é que nos próximos dois anos o número de lojas Inter Shop chegue a 50, 12 a mais que o total em funcionamento atualmente, ainda sob a bandeira Inter Sport.

Com a reestruturação da área de Licenciamentos e a execução do projeto Inter Shop, a diretoria colorada espera obter uma receita anualizada de R$ 20 milhões até 2017 apenas com Lojas e Licenciamentos, o que representaria um acréscimo de 50% no atual faturamento da área. Entre 2006 e 2011, as receitas anuais deste segmento aumentaram quase 25 vezes, de R$ 450 mil para R$ 11 milhões. Já o departamento de marketing do Inter, no ano passado, faturou R$ 40 milhões e se consolidou como a terceira maior fonte de receitas do clube, atrás apenas dos direitos de tevê e transferência de jogadores, respectivamente.

Apresentação

O evento oficial de lançamento da rede Inter Shop ocorreu na sexta-feira, 29, nas suítes do Complexo Beira-Rio. Pela manhã, houve apresentação do projeto a lojistas, explicações sobre a migração dos modelos e almoço de confraternização. À tarde, a diretoria colorada recepcionou os convidados e falou em coletiva de imprensa.

Fonte: Site Oficial do Clube

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sexta-feira, junho 29, 2012

Classe C: enorme e inútil

Com mudanças na economia brasileira, modelo de classificação já não reflete a realidade e dificulta bastante o trabalho dos profissionais de marketing

O relevante crescimento da chamada classe C vem sendo objeto de atenção dos profissionais de marketing e comunicação do Brasil. A "classe" à qual você pertence é determinada pelo Critério de Classificação Econômica Brasil. O CCEB é um instrumento de segmentação econômica que utiliza o levantamento de características domiciliares (presença e quantidade de alguns itens domiciliares de conforto e grau de escolaridade do chefe de família) para diferenciar a população (definição da ABEP, responsável pelo critério).


O critério atribui pontos em função de cada característica domiciliar e realiza a soma destes pontos. É feita então uma correspondência entre faixas de pontuação do critério e estratos de classificação econômica definidos por A1, A2, B1, B2, C1, C2, D, E . Trata-se de um critério simples e de fácil aplicação, bastante adequado às necessidades dos profissionais de marketing.

A escala de pontuação do critério atual vai de zero a 46 pontos que são atribuídos conforme as tabelas a seguir:

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Com apenas 10 perguntas objetivas e que podem ser respondidas com razoável acuracidade por qualquer membro da família – nove relativas à posse de itens domésticos e uma relativa ao grau de instrução do chefe da família – o critério apresenta uma correlação de quase 80% com a renda familiar. É a maneira mais eficiente que os profissionais de pesquisa de mercado encontraram para identificar o "poder de compra" de um indivíduo, já que é muito difícil que alguém responda diretamente sobre sua renda e, mais ainda, que um jovem possa estimar a renda total de sua família.

É comum utilizar a comparação com uma pirâmide quando nos referimos à renda das famílias no Brasil, sendo que a base (maior) corresponderia à grande maioria da população com baixa renda e o pico aos poucos privilegiados com renda. Essa analogia já foi útil, mas tal qual acontece para a distribuição das faixas etárias (que também costumavam ser representadas por uma pirâmide), está perdendo seu poder de representação.

A distribuição dos pontos do CCEB nas regiões metropolitanas brasileiras (e, portanto, da renda familiar), calculada com base no Levantamento Sócio Econômico realizado pelo IBOPE em 2005, é ilustrada pelo gráfico a seguir:

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A seleção dos pontos de cortes correspondentes às classes é determinada pela conveniência do "usuário" do critério. No caso, os profissionais de pesquisa de mercado a serviço dos interesses dos profissionais de marketing.

Quando esse procedimento foi adotado pelo mercado na década de 1970, a proposta era dividir a população em 3 grupos proporcionais de acordo com seu poder aquisitivo, sendo que o terço mais alto e o mais baixo eram subdivididos em dois grupos, formando 5 classes sociais: A, B, C, D e E. O agrupamento de A com B, a classe C e o agrupamento de D com E deveriam ter aproximadamente o mesmo tamanho (perto de 33% da população).

De lá para cá o critério passou por diversas revisões e as alterações efetuadas procuraram manter a maior correlação possível entre as versões, de forma a preservar a possibilidade de efetuar análises históricas.

Na última grande revisão, implementada em 2008, a classe C já se apresentava um pouco maior do que a proposta original. Com base no LSE de 2005, o agrupamento AB correspondia a 29% da população, a classe C (agora dividida em C1 e C2) a 43% e o grupamento DE a 28%.

O que se faz nessas revisões é substituir alguns itens e revisar a pontuação de cada um deles, buscando preservar a capacidade do critério de representar a renda familiar. Diga-se a favor das revisões que o critério de 96 apresentava uma correlação de 76% com a renda familiar contra os 79% da revisão implementada em 2008.

Nos últimos 6 anos, com a economia estável, crédito facilitado, redução das taxas de desemprego, valorização da moeda e subsídios governamentais às famílias de baixa renda, adquirir os bens da lista do CCEB ficou mais fácil. Com isso, de acordo com o critério, muitas famílias estão deixando as classes D e E passando a "engordar" a classe C, que hoje corresponde a quase 50% da população dos grandes centros urbanos, restando apenas pouco mais de 10% dos brasileiros nas classes menos favorecidas (D e E).

Há duas considerações importantes a fazer sobre essa situação. A primeira se refere à condição em que esses egressos chegam à nova classe. Boa parte deles tem uma parcela significativa de suas rendas comprometidas com o financiamento dos bens que adquiriram, e uma parcela considerável terá dificuldades para honrar seus compromissos, como demonstra a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Confederação Nacional do Comércio:

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Sempre é bom lembrar que uma renda familiar de 10 salários mínimos coloca você na Classe B. Ou seja, as famílias de classe C, com renda abaixo de 4 salários mínimos, estão em situação ainda mais desconfortável, particularmente para aqueles que chegaram nessa classe adquirindo bens financiados nos últimos anos. Portanto, seria recomendável observar uma certa cautela no entusiasmo com o crescimento da classe C.

A segunda consideração relevante deve ser feita com relação ao próprio critério.

Países mais desenvolvidos não utilizam renda familiar (ou posse de bens como atalho) para classificar consumidores. Esse procedimento é adequado para países subdesenvolvidos, onde a renda familiar tem forte correlação com vários outros aspectos determinantes do consumo (como educação, hábitos e atitudes).

Num país desenvolvido todas as famílias têm condição financeira para adquirir a grande maioria dos produtos e serviços oferecidos pelas grandes empresas (que são os usuários do critério).

Elementos como idade, profissão e etnia são bem mais importantes do que renda nesses países, e estamos caminhando para essa direção. No Brasil, onde a etnia é menos relevante do que em países como os Estados Unidos, o geo-referenciamento e a "tribalização" (agrupamento por interesses comuns) desempenham um papel que vem sendo subestimado. E não precisamos comparar Belém com Porto Alegre para chegar a essa conclusão. Uma pequena incursão pela vida noturna de uma cidade como São Paulo pode dar uma boa ideia do cenário. Músicas, roupas e comportamentos são bastante diferentes quando nos movemos entre as zonas Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro.

Decididamente, a vida dos profissionais de marketing era bem mais fácil quando seus consumidores podiam ser divididos em cinco classes sociais (ou 3 grandes grupos).

A classe C cresceu, mas isso significa apenas que essa classificação não é mais útil para embasar as estratégias de marketing.

- Fonte: Adminisradores.com.br

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Fortaleza apresenta novo patrocinador

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

 

 

 

O Fortaleza apresentou o Consórcio Nacional Recon como seu mais novo parceiro. A empresa estampará a sua marca na parte frontal das camisas do time. Os valores do acordo não foram divulgados.

 

A apresentação do patrocinador ocorreu com a presença de representantes da marca e os membros da diretoria do Fortaleza. O presidente Osmar Baquit foi representado pelo vice Elpídio Brígido Filho. "O patrocínio da Recon será muito importante para conquistarmos os nossos objetivos que estão por vir”, afirmou o dirigente.

 

“Conversamos com o presidente e a diretoria de marketing, e decidimos que a nossa empresa se fará presente em todos os eventos em que a marca Fortaleza participar – até mesmo aqueles que não constam no contrato. Caso o retorno seja satisfatório para ambos, as ações em conjunto deverão se repetir", disse o sócio-gerente da Recon, Pimentel Shinmon.

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Fifa envia emendas às regras, e clubes poderão relacionar até 12 jogadores no banco de reservas

CBF recebeu orientação e avisou que medida entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2013
Equipe Universidade do Futebol

A partir do primeiro dia do próximo ano, as comissões técnicas do futebol brasileiro contarão com mais alternativas no banco de reservas durante uma partida oficial. Na última quinta-feira, a Fifa enviou a todas as confederações filiadas emendas às regras do futebol – entre elas, o aumento de jogadores suplentes dos atuais sete para 12.

Instantes depois, em seu site oficial, a entidade que rege a modalidade no país da próxima Copa do Mundo publicou o documento. Junto a ele, o comunicado: a medida começa a valer 1º de janeiro de 2013.

Apesar da extensão do número de jogadores à disposição, o mesmo documento reforça que o máximo de substituições que podem ser feitas continua sendo três.

Aliado a isso, outra recomendação foi conferida pela Fifa: a disponibilização de mais bancos nas áreas destinadas aos reservas.

Definidas no Congresso da entidade, em maio, as emendas ainda tratam de regras para publicidade nos gramados, determinações para casos de bola ao chão e recomendações para árbitros no caso de um jogador substituto entrar em campo antes do titular

Para conferir a íntegra do documento, clique aqui.

Leia mais:

Alterações nas regras do futebol

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